domingo, 2 de fevereiro de 2014

Tempo certo?

"Você só não encontrou a pessoa certa ainda."
"No tempo certo, a pessoa certa vai aparecer."

Já ouvi frases como essas dezenas de vezes e sempre paro para perguntar: "O que diabos é pessoa certa? E se o certo pra você não for certo pra mim? Aliás, o que é certo?"
Como usar conceitos que limitam tanto quando o assunto é complexo? Quando o assunto é sentimento?

Eu cresci com a ideia de que um dia encontraria alguém "certo" para mim, na "hora certa". Cresci presa à esses conceitos que me deixaram frustrada por nunca, supostamente, ter encontrado ou estar perto de encontrar. Me livrei deles e quer saber? Vivi mais. Vivi sem esperar encontrar alguém e quando acidentalmente encontrava alguém legal, sabia que iria aproveitar enquanto pudesse.

A pessoa certa supostamente é aquela que seria companheira em todos os momentos da vida, que te fizesse feliz e que desse certo? E se isso tudo durar por dois anos e no fim, acabar? Não deu certo, então?
Para mim, não existe isso de definir "pessoa certa" e "pessoa errada". As pessoas são o que são, com acertos, erros, cada pessoa é diferente e vai despertar algo diferente, teremos relacionamentos diferentes e dos nossos relacionamentos, só nós mesmos sabemos. Para quê fechar os olhos e acreditar em conceitos que terceiros impõem sobre relacionamentos que são nossos? Eu faço parte daquele grupo de pessoas que acreditam no: "Se te faz bem e não interfere negativamente na vida de ninguém, vá ser feliz!"

Um dia desses, você pode trombar com alguém no bar, na fila do aeroporto, com a vida toda bagunçada, horários indefinidos e sei lá, eventualmente vocês podem ficar juntos por um tempo. Depois, tudo acabar e você tropeçar com outra pessoa em um restaurante, tudo começa a ir bem e então, tudo desaparece. Aí naquela sua viagem para a Europa, você conhece melhor aquele seu vizinho chato (such a cliché) e vê que ele te desperta emoções que jurava que não sentiria mais. E aí? Qual dessas pessoas foi a certa? No fim, o que importa mesmo é o que essas pessoas te fizeram sentir, o que elas acrescentaram na sua vida e o quão feliz você foi capaz de ser.

Vamos deixam o "certo" e o "errado" de lado, vamos só tropeçar e esbarrar mais em pessoas (sim, só pessoas, sem certo e errado) por aí.

"We’re all seeking that special person who is right for us. But if you’ve been through enough relationships, you begin to suspect there’s no right person, just different flavors of wrong. Why is this? Because you yourself are wrong in some way, and you seek out partners who are wrong in some complementary way. But it takes a lot of living to grow fully into your own wrongness. And it isn’t until you finally run up against your deepest demons, your unsolvable problems—the ones that make you truly who you are—that we’re ready to find a lifelong mate. Only then do you finally know what you’re looking for. You’re looking for the wrong person. But not just any wrong person: the right wrong person—someone you lovingly gaze upon and think, “This is the problem I want to have.”

(Galway Kinnell)


Nenhum comentário:

Postar um comentário